quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O amor é cego; a ciência, zarolha.


Crédito: Juliana Laguna



Pegando carona no post anterior, aí vão umas pérolas da história da ciência:



"Quando a exposição de Paris fechar, ninguém mais vai ouvir falar em luz elétrica". (Erasmus wilson, professor da Universidade de Oxford, em 1800)


"O fonógrafo não tem nenhum valor comercial". (Thomas Edson, inventor, em 1876)


"Máquinas de voar mais pesadas que o ar são impossíveis". (Lord Kelvin, matemático, físico e presidente da Sociedade Real Britânica, em 1895)




"Este meu invento pode ser explorado como uma curiosidade científica por algum tempo mas não tem futuro comercial". (Auguste Lumière, inventor do cinema, em 1895)


"Que o automóvel praticamente chegou ao seu limite é confirmado pelo fato que, nos últimos anos, nenhum aprimoramento radical foi introduzido". (Revista Scientific American, em 1909)




"Não há a menor indicação de que a energia nuclear será obtida. Isso significa que o átomo teria que ser rompido no futuro". (Albert Einstein, em 1932)


A pesquisa científica só tem valor a medida que sai das salas de aulas e transpõe os muros da universidade. Ela só alcança seu ápice quando atinge seu objetivo maior, quando cumpre sua missão social. É uma ferramenta inprescindível, inerente ao ambiente acadêmico, mas deve ser usada com cautela e moderação.






Colaboração: www.fisica-interessante.com

Acadêmica, pero no mucho.






Há dias atrás tive a I-MEN-SA satisfação de participar do Colóquio de Moda da Universidade Anhembi-Morumbi em São Paulo. Foram três dias incríveis de mesas redondas, grupos de trabalhos e muito, muito conhecimento.
Entretanto, voltei de Sampa com algo na cabeça e venho matutando sobre isso desde então, mas antes de escrever aqui, recolhi alguns elementos, com medo de falar bobagem, afinal , as principais vozes do evento são profissionais consagradíssimos, que vem pesquisando constantemente o assunto "moda" em suas mais diversas vertentes, baseadas em observações, experimentações e bibliografias extensas, confiáveis e dignas de respeito, tudo organizado sistematicamente em trabalhos científicos primorosos.


O que vem me intrigando é essa forma extremamente científica de abordar a moda. Em dado momento no GT em que eu participava o assunto tomou um rumo tão, mas tão científico que pensei que devia ser assim uma reunião na Academia Brasileira de Letras ou na NASA. O problema sou eu - cogitei - afinal não estou habituada ainda com esse ambiente demasiadamente acadêmico.


Mas como minha mente é irrequieta e quer respostas novas para problemas que ela mesma cria ponderei sobre qual a importância e a aplicabilidade de todo esse conhecimento científico. Seria a moda um objeto da razão?

Não consigo enxergar a vida acadêmica de um aspirante a bacharel sem a pesquisa científica ou sem a busca do conhecimento científico, mas também não concebo um bacharel que faça a pesquisa pela pesquisa. O conhecimento científico vem permeado de  uma responsabilidade, especialmente no caso do designer de moda, que deve ter como premissa de seu trabalho a aplicabilidade desse conhecimento adquirido de maneira que, ao desenvolver um produto qualquer de moda o faça objetivando uma melhoria na vida de quem vai utilizá-lo. O pesquisador deve ser consciente do caráter relativo da verdade científica e refletir na adequação que o fato estudado vai ter na vida prática das pessoas, afinal, não é coincidência o fato do Design de Moda classificar-se, dentro das áreas do conhecimento das "Ciências Sociais Aplicadas".

Talvez, um caminho alternativo a esse questionamento seja propor novos enfoques para o estudo e pesquisa em moda, quem sabe pela ótica da Epistemologia, que estuda a relação sujeito-objeto, a natureza, caráter e propriedades específicas da relação cognitiva, assim como das particularidades dos elementos que intervém nessa relação. Isso porque acredito que o verdadeiro conhecimento se faz pela ligação contínua entre intuição e razão, entre o vivido e o teorizado, entre o concreto e o abstrato.

E assim eu justifico minha posição: o que me levou até a moda foi seu caráter idílico, lúdico, fantástico, que me permite ser quem sou sem julgamentos (que me permitiu inclusive usar o cabelo repartido ao meio preso em  dois 'pompons' no segundo dia de mesas redondas sem parecer ridícula), que me proporciona um mundo de opções, um universo de personagens e possibilidades, que pode ser tão divertida e ao mesmo tempo tão séria sem ser carrancuda...teria ela esse lado obscuro, circunspecto e sisudo, esse critério pré-concebido que soa como pré-requisito obrigatório da vida acadêmica? Seria essa "eruditização" da moda realmente necessária e/ou benéfica?

Quero terminar este texto dizendo (em tempo) que, nada do que eu pense e discorra é definitivo. Minha mente está aberta à opiniões divergentes para, quem sabe, mudar de idéia se assim eu entender necessário e ainda sim, continuar construindo conhecimento.


Mas eu curti o Colóquio, sorvi cada gotinha. E ano que vem tô lá denovo: Maringá, me aguarde! Ah! E eu quero seguir carreira acadêmica, anota aí.