terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pensamentos nômades

Chato falar sozinho, bom mesmo é ouvir coisas, ler gentes. Digo isso porque por vezes, depois de conhecer vozes divergentes me pego debatendo assuntos comigo mesma. Será que é assim mesmo que a roda gira?

Fiz um post aqui no blog que classificaria com a tag  #desabafo. Aquele que reproduz a notícia da Fashion Mag onde ficamos sabendo das pretensões acadêmicas de Lady Gaga: diz que quer dar aula de moda – fiquei brava, mesmo. Pôxa, a gente estuda, lê, rala, passa noites analisando sínteses de universo do consumidor, em gerações de alternativas, desmontando, construindo... São quatro anos até que eu empunhe um canudo como quem retira uma espada da bainha e faça uso com propriedade do título de Designer de Moda:

“_ Pelos poderes do diploma...Eeeuuu tenho a força !!!”

Aí vem uma transgressora e me passa a perna.

Bah! Transgressão. Transgressão? É isso que ela faz, é isso que ela é. Ela inventa, tenta o ainda-não-usado, subverte a ordem, extrapola demarcações e limites, questiona normas. Lady Gaga é a personificação contemporânea do que é a moda. Considero a hipótese de ter sido por demais leviana, ponderando que ela faz acontecer aquilo que eu mais admiro: ela causa. Ousa e emociona [e não importa aqui de qual tipo de emoção estamos falando]. Faz o que muita gente morna não faz e nem se preocupa em fazer, fala com o figurino, estampa uma idéia, faz um favor pro conceito.

Ainda penso que, se deseja mesmo dar aulas, deva abastecer-se de conhecimento relativo à área, mas deixo aqui minha manifestação de reconhecimento pelo que significa pra moda e certa inveja pela coragem de mergulhar para além da superfície.

A próxima consideração é em relação ao post sobre moda Plus Size: tenho observado mais e melhor esse mundo novo e ainda não sou 100% a favor, mas tenho amolecido minha opinião. Difícil definir o porquê, algo muito subjetivo. Uma fagulha de ‘ora, porque não?’ aqui dentro dessa gordinha que eu sou. Um trabalho de Metodologia Científica com tema livre me levou a escolher o movimento Plus Size como material de pesquisa e estudo mais apurado. Fui avaliada com nota máxima, ou melhor, fomos, eu e Tainá, amiga de sala que até antes da experiência não havia definido um tema para seu TCC e agora, vejam só, graças à minha santa implicância com essa moda segmentada, já propôs resoluta tratar sobre o assunto sob ótica de pesquisa científico-acadêmica. [Meu tiro saiu pela culatra]

Mas tudo bem. Eu penso. Lya Luft disse que ‘pensar é transgredir’ e transgredir não necessariamente é algo com conotação negativa. Se meu pensamento tem gerado atrito isso é bom. Do atrito sai faísca [e quiçá fogo!] Pode ser que eu me queime – fato. Mas eu adoro brincar com fogo.



Triste não é mudar de ideia. 
Triste é não ter ideia para mudar.


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