sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Três vezes apaixonada




Tenho a sensação de que 3 coisas que aconteceram na minha vida assim, por acaso, estão entre as que mais amo. 

A 1ª foi o magistério - nunca me imaginei professora, jamais sonhei com isso, mas aconteceu e de um jeito tão bacana que eu acabei apaixonada pela educação.

 A 2ª foi o Design de Moda: até então eu queria cursar Comunicação Social/Publicidade ou Marketing...quem sabe Psicologia? Foi quando observei a grade curricular do curso e parei de piscar - apaixonei-me, dessa vez pelo Design de Moda.

O que descobri nesse caminho foi que posso fazer as duas coisas e hoje, tenho como certo pra mim que quero a docência na área de moda, uma carreira acadêmica bem estabelecida. 

Entretanto, nesses 3 anos de faculdade notei, em alguns momentos, um vazio didático no meio acadêmico. O panorama atual é, por vezes, composto de professores tecnicamente capacitados e pedagogicamente combalidos. Tal situação vem de encontro com a política educacional de nosso país que ainda insiste num modelo que não privilegia o "ensinar a ensinar". Como vimos no post anterior, "Apesar de o MEC exigir que os docentes possuam mestrado e doutorado, no Brasil eles não são formatados de sorte a oferecer formação específica para a docência. Já a especialização - lato sensu - oferece disciplinas com esse objetivo"  e eis aqui a divergência mãe desses males.

O quadro é de ausência de qualificação do "professor" em detrimento à do especialista, mestre ou doutor. Para Placco e Silva (2005) o docente, mediador por excelência, precisa ir além da dimensão técnico-científica porque, dominar o conteúdo há tempos não é mais a  principal premissa de um educador. 

Assim, "o domínio do conteúdo não se restringe mais ao conhecimento consistente de uma área específica, mas exige que esse conhecer se articule com outros saberes e práticas, criando espaços para uma produção que vai além das fronteiras disciplinares. É a busca de um conhecimento científico inter e transdisciplinar." (Fazenda, 1996)

É preciso considerar também a dimensão da formação continuada (o profissional formado deve continuar estudando, pesquisando, buscando atualizar-se), a dimensão do trabalho coletivo e da construção coletiva do projetoa dimensão crítica-reflexivaa dimensão avaliativa e a que particularmente considero essencial e esquecida: a dimensão dos saberes para ensinar, que inclui:

- O conhecimento produzido pelo professor sobre os alunos (sua origem social, suas experiências prévias, seus conhecimentos anteriores, sua capacidade de aprender, sua inserção na sociedade, suas expectativas e necessidades);

- O conhecimento sobre finalidades e utilização dos procedimentos didáticos (os mais úteis e eficazes para a realização da tarefa didática que devem desempenhar);

- O conhecimento sobre os aspectos afetivos-emocionais;

- O conhecimento sobre os objetivos educacionais e seus compromissos como cidadão e profissional e por último

- Visão de Educação, objetivos da Educação, formação de determinado tipo de homem, tendo em vista um determinado e desejado tipo de sociedade." (Placco e Silva, op. cit.).

Uma dose básica de Filosofia da Educação, uma pitada de Sociologia da Educação, um pouco de Psicologia Educacional, uma pincelada sobre as principais teorias da aprendizagem e um toque do estudo da Didática agregados à formação para fins acadêmicos poderiam fazer grande diferença na qualidade do ensino e nos resultados obtidos a partir dele (há casos de docentes que desconhecem ou desconsideram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional!). Teríamos melhores professores formando pessoas melhores. 

Em tempo: a 3ª coisinha é minha filhota Giovanna, um presente que pintou sem cronograma e que,  como a docência e o design me surpreendeu e me apaixonou. A Mari eu programei - mas amo igualzinho. 


Lindas né? eu que fiz!










Referência:  Material Didático Senai  Pró-Docente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Todas essa coisas são realmente apaixonantes. Mas as minhas sobrinhas são as melhores! ;)