domingo, 22 de agosto de 2010

O Design de Moda na Prática

O que pesa mais: Formação ou Experiência



Sexta-feira, 20 de agosto de 2010, aula de Desenvolvimento de Produto. Naquela noite estudamos sobre a importância de um cronograma no desenvolvimento de uma coleção. Eis que levanta a mão uma colega de classe que põe-se a dizer que isso 'que os professores ensinam na faculdade não condiz muito com a vida real, que tais ensinamentos servem apenas para modas da São Paulo Fashio Week' , e citou exemplos que, em tese, confirmariam sua tese.

Pois bem, eu que não consigo calar-me diante de alguns palavrórios argumentei que discordo, em partes é certo, do que acabara de ouvir. Considero a utilização de um cronograma  algo ESSENCIAL à uma empresa de moda, se a profissionalização for uma de suas preocupações, é claro. Fato é que o amadorismo impera ainda nos setores que criam moda país afora. Diria até que estes setores criam, na verdade, apenas vestuário, roupa para vestir. Moda mesmo, no sentido mais profundo do termo exige certos mecanismos de desenvolvimeto e produção. O designer de moda está aí para traduzir desejos dos usuários em peças que digam algo, que tragam em si um significado particular.

Aí então foi a vez da tréplica: ouvi da colega que mesmo trabalhando sem cronogramas e outras coisas que considera dispensáveis, estas empresas vendem bem e muito. Correto. Há mercado para todos, absolutamente; passeamos de modinhas Torra Torra à lojas-conceito, Zaras e Daslus. Mesmo essa que vos escreve é ré confessa e cliente incondicional da Marisa, C&A e de uma ou outra lojinha do calçadão.

O que não podemos deixar de considerar é que nós, criadores de moda, somos também formadores de opinião e temos escolhas a fazer: se queremos trabalhar sem cronogramas, fichas técnicas, e outros tantos 'fashion gadgets', podemos fazê-lo; a vontade é livre. Teremos no entanto que contentar-nos com um sucesso provinciano, nada além disso. De minha parte, a partir do momento em que for eu a responsável por uma moda, a inspiração, que partir de dentro de mim passando pelas peças de roupas que criar deverá fazer diferença para quem a vestir, deverão ter uma finalidade de existência que não só cobrir corpos. Isso até os homens das cavernas faziam - e bem feito.




Um comentário:

Joice Menegarde disse...

Nossa bem nada have esse comentario de "não se faz no real" pois trate e de sabe que não faz não age profissionalmente mesmo! pois devem ser dadas de inicio e fim em todo processo produtivo, tais como o conhecimento dos caminhos critico (aqueles que não pode ter atraso)e até um plano de ação.. e mesmo uma C&A e Marisa trabalham com isso... hj td tem seu prazo... o mundo é competitivo e deve se estar inserido nesse ambiente. Coitada dela que pensa assim.