domingo, 8 de agosto de 2010

Poucas e boas...


Dia desses me enchi de vontade e coragem e "dei uma geral" em meu guarda-roupa. Coloquei roupas, cabides, calçados, acessórios e afins abaixo e analisei peça a peça.

É de boa qualidade?                                                     Valoriza meu biotipo?

As cores e estampas favorecem meu tom de pele?

É confortável?                                                      Tem bom caimento?


O resultado foi que, de tudo que habitava meu figurino há anos, restou no máximo 20%. 
Porém, o mais interessante foi notar que as peças que restaram se harmonizam em cores e modelagens. Sem-querer-querendo, as roupas sobreviventes conversam entre si numa coesão beeem familiar.
A busca por uma imagem consistente é um importante processo que  passa necessariamente por esta etapa.
Aí estive pensando: não é mesmo assim com nossas amizades?
Ao longo dos anos, guardamos em nosso peito muitos amigos. Mas é preciso coragem e vontade pra um dia olhar pra dentro e sentir, detectar até que ponto merecem permanecer ali, até onde podemos contar com eles; até onde iriram por nossa amizade. E qual não é a surpresa quando percebemos que restaram poucos...e bons. Pessoas que te respeitam em vida e não esperam tua morte para aí então encher-te de lisonjas. 
Doeu, confesso, desfazer-me de muitas coisas. Um saco de lixo cheinho foi para um brechó. Com a grana da venda, fui pro shopping e investi numa nova sapatilha, que também tem afinidades com meus looks.
Vai doer, certamente, desapegar-se de determinados sujeitos.Talvez porque, de algum modo, assim como minhas roupas eles façam parte da sua vida, de sua história. Mas esteja certo que alguns passos  a mais e, num tempo próximo,  apesar de ocupar menos espaço dentro seu peito, um novo amigo vai te fazer sentir uma pessoa mais consistente. E melhor.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

I N C R I V E L!
Ontem eu fiz exatamente isso. :)



Se, ao acordar, posso escolher uma roupa,

posso escolher também o sentimento

que vai vestir meu dia.

Se, no percurso, posso errar o caminho

posso também escolher a paisagem

que vai vestir meus olhos.